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Tribunal da Relação de Coimbra recebe apresentação do livro Do Museu ao Tribunal: uma coleção em depósito

O Tribunal da Relação de Coimbra acolheu, no passado dia 9 de maio, a apresentação pública do livro Do Museu ao Tribunal: uma coleção em depósito, uma obra coordenada pelo próprio tribunal – responsável pela sua edição – e pelo Museu Nacional de Machado de Castro, que resulta do levantamento e valorização do património artístico presente na Relação de Coimbra.

A sessão contou com a presença da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, do vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, juiz conselheiro Luís Azevedo Mendes, do presidente do Tribunal da Relação de Coimbra, juiz desembargador Jorge Loureiro, da diretora do Museu Nacional de Machado de Castro, Sandra Costa Saldanha, e da professora Maria de Lurdes Craveiro, responsável pela apresentação da obra.

Na sua intervenção, o juiz conselheiro Luís Azevedo Mendes destacou a importância deste projeto como parte de um esforço mais alargado de requalificação e dignificação da justiça e das pessoas que nela exercem funções. Recordou o processo de identificação e recuperação de várias peças artísticas da Relação, algumas das quais se encontravam esquecidas ou dispersas por gabinetes. Realçou a dedicação de todos os que colaboraram, com menção especial à técnica Virgínia Gomes, e sublinhou o valor do restauro das obras, documentado no livro, tendo em conta que cada quadro exigiu uma técnica própria.

O vice-presidente valorizou ainda o papel da arte nos espaços judiciais, afirmando que este livro deve servir de exemplo para outras coleções existentes em tribunais por todo o país. Lembrou o Palácio da Justiça de Lamego, recentemente celebrado nos seus sessenta anos, como exemplo da qualidade arquitetónica e reiterou a necessidade de um plano nacional de requalificação dos equipamentos judiciais.

Além disso, o juiz conselheiro Luís Azevedo Mendes recordou que o envolvimento da justiça com a cultura tem expressão em diversos tribunais, como o da Relação do Porto onde se assinalou recentemente o primeiro aniversário do Museu do Conflito, nos Concertos da Justiça que têm tido lugar em diferentes tribunais do país.

Do discurso do juiz desembargador Jorge Loureiro, presidente da Relação de Coimbra, ficou o agradecimento a todos os que tornaram possível o projeto, bem como uma breve explicação do percurso da obra, nascida da necessidade de organizar e valorizar um acervo que faz parte da identidade do tribunal.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, destacou a dimensão simbólica do projeto e afirmou que a beleza só existe se for partilhada. Sublinhou ainda a grande mais-valia da arte, de nos aproximar do sublime, destacando que é também o que se espera dos tribunais: a perfeição, sem erros.

O livro agora lançado reúne textos de Diogo Lemos, Nuno Saldanha, Fernando António Baptista Pereira, Maria Aires Silveira, Pedro Miguel Ferrão, Virgínia Gomes, Sandra Costa Saldanha, Raúl de Moura Mendes e da equipa Porto Restauro. Trata-se do primeiro documento desenvolvido a partir do depósito de 42 peças no Tribunal da Relação de Coimbra, e marca o início de um projeto mais vasto de valorização do património artístico do tribunal que, espera-se, se estenda a outros tribunais.

Lisboa, 12 de maio de 2025

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